Είμαστε κάτι ξεχαρβαλωμένες κιθάρες. Ο άνεμος, όταν περνάει, στίχους, ήχους παράφωνους ξυπνάει στις χορδές που κρέμονται σαν καδένες. Είμαστε κάτι απίστευτες αντένες. Υψώνονται σα δάχτυλα στα χάη, στην κορυφή τους τ' άπειρο αντηχάει, μα γρήγορα θα πέσουνε σπασμένες. Είμαστε κάτι διάχυτες αισθήσεις, χωρίς ελπίδα να συγκεντρωθούμε. Στα νεύρα μας μπερδεύεται όλη η φύσις. Στο σώμα, στην ενθύμηση πονούμε. Μας διώχνουνε τα πράγματα, κι η ποίησις είναι το καταφύγιο που φθονούμε. |
Somos alguns quebrados e dormentes violões. O vento, quando os atravessa, versos, ecos discordes lhes desperta nas cordas que pendem tal correntes. Somos umas antenas jamais sonhadas, que se erguem como dedos às esferas, em suas pontas o infinito reverbera, mas logo vêm ao chão, despedaçadas. Somos muitas sensações em anarquia, sem chances de que um dia nos centremos. Nos nervos nossos a natureza se esvazia. No corpo, na lembrança, assim sofremos, as coisas nos perseguem, e a poesia é o abrigo a que sempre recorremos. |
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quarta-feira, 5 de abril de 2023
Είμαστε κάτι... | Somos alguns...
domingo, 27 de março de 2022
मदालसोपदेशः| O Conselho de Madālasā (ao filho Vikrānta)
Trad.
Robert de Brose
शुद्धोसि
बुद्धोसि निरंजनोऽसि संसारमाया
परिवर्जितोऽसि। संसारस्वप्नं
त्यज मोहनिद्रां मदालसोल्लपमुवाच
पुत्रम्॥ |
“Tu és puro, és
desperto, és imaculado, Na ilusão desta
existência foste exilado. Ao sonho abandona,
e ao sopor da insciência”. Madālasa assim disse ao
filho que chorava. |
शुद्धोऽसि
रे तात न तेऽस्ति
नाम कृतं
हि तत्कल्पनयाधुनैव। पच्चात्मकं
देहं इदं न तेऽस्ति नैवास्य
त्वं रोदिषि
कस्य हेतो॥ |
“És puro, meu querido, e este nome não te
foi, agora, por certo,
criado por mera invenção. De cinco elementos
foi-te o corpo formado, mas por isso não choras, por que choras então? |
न वा
भवान् रोदिति
वै स्वजन्मा शब्दोयमासाध्य
महीशसूनूम्। विकल्पयमानो
विविधैर्गुणैस्ते गुणाश्च
भौताः सकलेन्दियेषु॥ |
Nem, Alteza,
(que isto és, por nascimento), este som
é próprio ao filho de um grã homem. Conflitantes em muitos e variados aspectos são assim as qualidades criadas com o corpo. |
भूतनि
भूतैः परिदुर्बलानि वृद्धिं
समायाति यथेह
पुंसः। अन्नाम्बुपानादिभिरेव
तस्मात् न तेस्ति
वृद्धिर्न च तेस्ति
हानिः॥ |
Pois se até as coisas mais ínfimas
por si mesmas reúnem-se e, num homem, a abundância
alcançam pela água, pelo
alimento e coisas tais,
do que então podes não ter abundância ou sentires a falta? |
त्वम्
कंचुके शीर्यमाणे
निजोस्मिन् तस्मिन्
देहे मूढतां मा
व्रजेथाः। शुभाशुभौः
कर्मभिर्देहमेतत् मनादिमूढैः
कंचुकस्ते पिनद्धः॥ |
Tu, nesta tua
couraça que já se está partindo, e neste teu
corpo, não sucumbas à confusão, por pias
e ímpias ações este corpo te
foi dado, o apego à confusão aperta a couraça ao corpo. |
तातेति
किंचित् तनयेति
किंचित् अंबेति
किंचिद्धयितेति
किंचित्। ममेति
किंचित् न ममेति
किंचि- द्भौतं
संघं बहु म नयेथाः॥ |
algo chamado “querido pai”, ou algo “querida mãe” chamado,
algo chamado “meu amado,” algo chamado “meu”, e algo chamado “doutrem”, a tais agregados de coisas, não honres demais. |
सुखानि
दुःखोपगमाय भोगान् सुखाय
जानाति विमूढचेताः। तान्येव
दुःखानि पुनः
सुखानि जानाति
विद्धनविमूढचेताः॥ |
“Alegrias que aliviam as desalegrias são prazeres e dão origem
a mais alegrias”, pensa o
tolo, e, de novo, nas próprias desalegrias, vê alegrias surgirem, um grande
tolo sem conhecimento. |
यानं
चित्तौ तत्र गतश्च
देहो देहोपि
चान्यः पुरुषो
निविष्ठः। ममत्वमुर्व्यां
न तथा यथा स्वे
देहऽभिमात्रं
च विमूढ़तैषा
॥ |
Como o carro, na terra; o corpo, no veículo; ‘inda
no corpo, mais fundo jaz, um outro ser. A percepção de quem somos, no nosso próprio corpo, não
é essa excessivamente
forte ilusão. |
Fonte: मार्कण्डेयमहापुराणम् - Mārkaṇḍeya Purāṇam - Sanskrit text, english translation with notes and index of verses. Ed. with Sanskrit Text and various notes by Joshi K.L. Shastri. English Translation According to F. Eden Pargiter. Parimal Sanskrit Series No. 68. Parimal Publications: Dehli, India, 2004. Cap. XXIII.
Notas:
1. Essa é a primeira versão da tradução. Ao longo do tempo irei corrigindo-a, se for o caso, e acrescentando notas explicativas aqui nas notas.
2. A primeira estrofe não consta da edição por mim consultada (acima), mas aparece em várias versões disponíveis na internet, inclusive nas musicadas. Não consegui rastrear a sua origem. Ela parece ser uma glossa de todo o upadeśa de Madālasa ao filho. Trata-se do primeiro filho de Madālasa com Kuvalayāśva, Vikrānta.
3. As versões em Sânscrito disponíveis na internet parecem apresentar aqui e acolá algumas variantes que não estão no texto da edição seguida por mim.