Edgar Allan Poe | Robert de Brose
By a route obscure and
lonely, Haunted by ill angels
only, Where an Eidolon, named
NIGHT, On a black throne reigns upright, 5 I have reached these
lands but newly
From an ultimate dim
Thule— From a wild weird clime
that lieth, sublime, Out of SPACE—Out of TIME. Bottomless vales and
boundless floods, 10 And chasms, and caves,
and Titan woods, With forms that no man can
discover For the tears that drip
all over; Mountains toppling evermore Into seas without a shore; 15 Seas that restlessly
aspire, Surging, unto skies of fire; Lakes that endlessly outspread Their lone waters—lone and
dead,— Their still waters—still
and chilly 20 With the snows of the lolling lily. By the lakes that thus
outspread Their lone waters, lone
and dead,— Their sad waters, sad and
chilly With the snows of the
lolling lily,— 25 By the mountains—near the
river Murmuring lowly, murmuring
ever,— By the grey woods,—by the swamp
Where the toad and the
newt encamp,—
By the dismal tarns and
pools 30 Where dwell the Ghouls,— By each spot the most
unholy— In each nook most melancholy,— There the traveller meets, aghast,
Sheeted Memories of the
Past— 35 Shrouded forms that start
and sigh As they pass the wanderer by— White-robed forms of
friends long given, In agony, to the Earth—and
Heaven. For the heart whose woes
are legion 40 ’T is a peaceful,
soothing region— For the spirit that walks
in shadow ’T is—oh, ’t is an
Eldorado! But the traveller, travelling through it, May not—dare not openly
view it; 45 Never its mysteries are exposed To the weak human eye unclosed; So wills its King, who
hath forbid The uplifting of the fring'd lid; And thus the sad Soul that
here passes 50 Beholds it but through
darkened glasses. By a route obscure and
lonely, Haunted by ill angels
only, Where an Eidolon, named
NIGHT, On a black throne reigns upright, 55 I have wandered home but newly From this ultimate dim
Thule. |
Através uma rota obscura e erma Por anjos do mal assombrada apenas, Onde um Eidolon NOITE chamado, Num negro trono reina aprumado. 5 A essas terras vim, mas já então De um’ última Thule na escuridão Através de um clima agreste e infenso Fora do ESPAÇO; Fora do
TEMPO. Vales sem fundo e cheias oceânicas 10 E abismos e grutas e matas titânicas, Com formas impossíveis de discernir Pelas lágrimas que não param de cair; Montanhas que avançam sem parar pelas escarpas sem praias do mar; 15 Mares que se elevam com denodo, E se insurgem contra céus de fogo. Lagos que o olhar não comporta De ermas águas, ermas e mortas De frias águas, frias e sem brilho 20 Co’ as neves do balouçante lírio. Por lagos que o olhar não comporta, Suas águas ermas, ermas e mortas Suas águas frias, frias e sem brilho Co’ as neves do balouçante lírio. 25 Pelas montanhas - junto dos rios Murmurando baixo, anos a fio, Por cinéreas selvas e o marnel Onde rã e a osga fazem quartel. Por altas lagoas e poças sombrias 30
Onde o morto-vivo tem moradia. Por cada local o menos santo Onde há tristeza em todo canto Lá o viandeiro encontra, chocado, Memórias veladas do seu passado 35 Amortalhadas formas que, co'um suspiro, Pelo peregrino passam, num giro— Almas de amigos em alvos robes, ao léu, Dadas em agonia à terra ou ao céu. Ao coração cujas tristezas é legião, 40 Esta é uma calma, mitigante região, Para o espírito nas sombras criado, Ela é, — oh!, ela é um Eldorado! Mas o viandeiro viajando por ela, Não pode— não ousa, de todo vê-la; 45 Nunca seus mistérios são revelados A olhos humanos senão fechados. Assim comanda seu Rei, que proibiu Expor o que a ornada tampa cobriu; E a triste Alma que aqui se aventura 50 A vê, mas apenas por lentes escuras. Através uma rota obscura e erma Por anjos do mal assombrada apenas, Onde um Eidolon NOITE chamado, Em seu negro trono reina aprumado, 55 De volta à casa errei, mas já então De um’ última Thule na escuridão. |
Notas:
vv. 20 e 24: Co' as neves do balouçante lírio: Talvez uma alusão aos lírios d'água que aparecem no contro Silence - A Parable. Interessante notar que a terra desolada descrita nesse poema é bastante reminiscente a daquela do conto. Inclusive, a epígrafe daquele conto, o fr. 85 Álcman, εὕδουσι δ' ὀρέων κορυφαί τε καὶ φάραγγες/ πρώονές τε καὶ χαράδραι ("The mountain pinnacles slumber; valleys, crags and caves are silent", na tradução do original), é reminiscente dos vv. 9-10 deste poema.