segunda-feira, 30 de março de 2020

Ἁι πτέριγες ἔρωτος | As asas do Desejo

Simias de Rodes | Robert de Brose




Figura vermelha de Eros. Ática,  c. 470 BCE. Na mostra 'Naked! The Art of Nudity' at the Antikenmuseum, Basel, Switzerland (2018). Foto de Ruedi Habegger.

Fonte: W. R. Paton (ed.) Greek Anthology. Loeb Classical Library, vol. V, p. 129.

Notas

1. O floruit (isto é, a época em que o poeta esta ativo) de Simias de Rodes é dado por volta de 300 d.C. Na Coroa de Meleagro, ele é um dos mais importantes epigramatistas. De suas carmina figurata, ou caligramas, nos restaram apenas alguns exemplos.

2. O Eros (Amor, em Latim, mas mais próximo do nosso sentido de "desejo", "atração" ou "encanto amoroso" que se pode sentir por algo ou alguém) desse poema é aquele mais antigo, filho do Caos (ou da Noite, segundo Aristófanes, na canção dos pássaros em Aves, 695ss.) do qual nos fala Platão no Simpósio 198b, e ao qual o comentador antigo do Primeiro Grande Partenéio de Álcmã parece também fazer menção. Ao que tudo indica, essa versão acerca da origem de Eros deve ser a mais antiga, já que aparece no Nāsadīya Sūkta (traduzido por mim aqui) como Kāmaḥ.

3. Tentei manter o mesmo número de sílabas de cada verso na tradução (respectivamente 23, 18, 15, 11, 7, 3 para cada "asa") às vezes descontando as átonas finais do grego. Muito embora os gregos não versificassem baseando-se num acento de intensidade, frequentemente os lemos assim, e o ritmo, que antes era morônico, acaba tornando-se, para nós, de intensidade.

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