sábado, 6 de outubro de 2018

नासदीय सूक्तः | Nāsadīya Sūkta | Hino da Criação (Ṛgveda 10.129)

anônimo | Robert de Brose

नासदासीन नो सदासीत तदानीं
नासीद रजो नो वयोमापरो यत |
किमावरीवः कुह कस्य शर्मन्न्
आम्भः किमासीद गहनं गभीरम ||

न मर्त्युरासीदम्र्तं न तर्हि
न रात्र्या अह्न आसीत्प्रकेतः |
आनीदवातं सवधया तदेकं
तस्माद्धान्यन न परः किं चनास ||

तम आसीत तमसा गूळमग्रे
ऽप्रकेतं सलिलं सर्वमा इदम |
तुछ्येनाभ्वपिहितं यदासीत
तपसस्तन्महिनाजायतैकम ||

कामस्तदग्रे समवर्तताधि
मनसो रेतः परथमं यदासीत |
सतो बन्धुमसति निरविन्दन
हर्दि परतीष्याकवयो मनीषा ||

तिरश्चीनो विततो रश्मिरेषाम्
अधः सविदासी३ दुपरि स्विदासी३त् |
रेतोधाासन महिमान आसन
सवधा अवस्तात परयतिः परस्तात ||

को अद्धा वेद क इह पर वोचत
कुत आजाता कुत इयंविस्र्ष्टिः |
अर्वाग देवा अस्य विसर्जनेना-
था को वेद यताबभूव ||

इयं विस्र्ष्टिर्यत आबभूव
यदि वा दधे यदि वा न |
यो अस्याध्यक्षः परमे वयोमन
सो अङग वेद यदि वा नवेद ||

nāsadāsīn no sadāsīt tadānīṃ
nāsīd rajo no vyomāparo yat |
kimāvarīvaḥ kuha kasya śarmanna
ambhaḥ kimāsīd ghahanaṃ ghabhīram ||

na mṛtyurāsīdamṛtaṃ na tarhi
na rātryā ahna āsītpraketaḥ |
ānīdavātaṃ svadhayā tadekaṃ
tasmāddhānyan na paraḥ kiṃ canāsa ||

tama āsīt tamasā ghūḷamaghre
’praketaṃ salilaṃ sarvamāidam |
tuchyenābhvapihitaṃ yadāsīt
tapasastanmahinājāyataikam ||

kāmastadaghre samavartatādhi
manaso retaḥ prathamaṃ yadāsīt |
sato bandhumasati niravindan
hṛdi pratīṣyākavayo manīṣā ||

tiraścīno vitato raśmireṣām
adhaḥ svidāsī3duparisvidāsī3t |
retodhāāsan mahimāna āsan
svadhā avastāt prayatiḥ parastāt ||

ko addhā veda ka iha pra vocat
kuta ājātā kuta iyaṃvisṛṣṭiḥ |
arvāgh devā asya visarjanena-
athā ko veda yataābabhūva ||

iyaṃ visṛṣṭiryata ābabhūva
yadi vā dadhe yadi vā na |
yo asyādhyakṣaḥ parame vyoman
so aṅgha veda yadi vā naveda ||

O existente não havia, nem o inexistente, então.
Não havia um dossel, nem este céu além.
O que encobria? Onde? Sob que proteção?
Água, havia? profunda profundeza?

Não havia a Morte, nem imortalidade ainda;
nem da noite, nem do dia, os luminares.
Respirou sem ar e por si mesmo o Um;
Outro que este nem além deste, nada havia.

Escuridão envolta em escuridão no início,
imanifesta, inundante, por todo o espaço.
Envolto em nada, O Que Vem do Nada havia;
pela magia do calor fez-se nascer o Um.

O desejo no princípio surgiu a partir
da mente, a prima semente que existiu.
O elo entre o existente e o inexistente acharam
no coração poetas buscando sábia-mente.

Uma réstia estenderam horizontalmente.
Será que havia acima...? havia abaixo...?
houve inseminadores e fecúndia houve,
poderio acima, oferecimento abaixo.

Quem irá saber? Quem aqui pode dizer?
de onde nasceu? de onde esta criação?
Depois da expansão vieram os deuses,
então quem poderá saber donde ela surgiu?

Essa criação e de onde ela surgiu
se ele a incentivou ou se ele não
ele que disto cuida no mais alto céu,
ele sim sabe, ou se ele não sabe...

FONTE: Ṛgveda, Mandala 10, Hino 129 – Sacred Texts

sexta-feira, 5 de outubro de 2018

Eldorado | Eldorado

Edgar Allan Poe | Robert de Brose


Gaily bedight,
A gallant knight,
In sunshine and in shadow,
Had journeyed long,
5 Singing a song,
In search of Eldorado.

But he grew old—
This knight so bold—
And o’er his heart a shadow—
10 Fell as he found
No spot of ground
That looked like Eldorado.

And, as his strength
Failed him at length,
15 He met a pilgrim shadow—
‘Shadow,’ said he,
‘Where can it be—
This land of Eldorado?’

‘Over the Mountains
20 Of the Moon,
Down the Valley of the Shadow,  
Ride, boldly ride,’
The shade replied,—
‘If you seek for Eldorado!’

Belo e faceiro
um gentil cavaleiro
Sob o sol e pela sombra
Viajara tanto
5 Cantando um canto
Em busca de Eldorado.

Mas a idade chegou—
e o jovem cansou—
E seu coração uma sombra—
10 fria cobriu,
pois nunca viu
nem rastro de Eldorado.

E quando perdeu
o ânimo seu,
15 Errante Sombra cruzou—
'Sombra', ele disse,
'Onde é que existe—
Esse tal de Eldorado?'

'Sobre as Montanhas
20 no alto da Lua,
Da Sombra, no Vale abaixo,
'Ronda, altivo ronda'
disse-lhe a Sombra,—
'Se buscas por Eldorado!'

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Albrecht Dürer, Knight, Death and the Devil, 1513, engraving, 24.5 x 19.1 cm.


FONTE: The Complete Poems and Stories of Edgar Allan Poe (1946) - Poetry Foundation.

EDIÇÕES:

5 Outubro 2018: v. 15 “cruzou” [o achou]

quinta-feira, 4 de outubro de 2018

Liberdade | Freedom

Carlos Drummond de Andrade | Robert de Brose

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O pássaro é livre
na prisão do ar.
O espírito é livre
na prisão do corpo.
Mas livre, bem livre,
é mesmo estar morto


The bird is free
in prision’s air.
The spirit is free
in the body clad.
But to be free, fully free,
is really to be dead.

Evandro Carlos Jardim, Sobre o Voo dos Pássaros (On the
Flight of Birds), metal engraving, 50x60 cm, São Paulo.

FONTE: Carlos Drummond de Andrade, Farewell. Rio de Janeiro: Record, 1996, p. 70.