João Cabral de Melo Neto | Robert de Brose
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1 Um galo sozinho não tece uma manhã: ele precisará sempre de outros galos. De um que apanhe esse grito que ele e o lance a outro; de um outro galo 5 que apanhe o grito de um galo antes e o lance a outro; e de outros galos que com muitos outros galos se cruzem os fios de sol de seus gritos de galo, para que a manhã, desde uma teia tênue, 10 se vá tecendo, entre todos os galos.
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E se encorpando em tela, entre todos, se erguendo tenda, onde entrem todos, se entretencendo para todos, no toldo (a manhã) que plana livre de armação. 15 A manhã, toldo de um tecido tão aéreo que, tecido, se eleva por si: luz balão.
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1 A rooster alone does not weave the dawn: he will be forever in need of other roosters. Of another that will catch the crow that he and fling it to another; of another rooster 5 that catches the crow of a rooster before him and flings it to another; and of other roosters that amidst many other roosters criscross the threads of the sun made of rooster crows, so that the dawn, from a gauzy gossamer 10 begins to weave itself through all the roosters.
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Taking shape into a canvass, amidst all, rising as a tent, which admits of all, interlacing itself for all, in the shawl (the dawn) that floats like an empty cocoon. 15 The dawn, a dossel of a fabric so sheer, that, woven, rises by itself: light balloon.
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FONTE: A Educação pela Pedra e depois. Nova Fronteira: São Paulo, 1997.
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