Robert Gernhardt | Robert de Brose
Sonette find ich sowas von beschissen, so eng, rigide, irgendwie nicht gut; es macht mich ehrlich richtig krank zu wissen, daß wer Sonette schreibt. Daß wer den Mut hat, heute noch so'n dumpfen Scheiß zu bauen; allein der Fakt, daß so ein Typ das tut, kann mir in echt den ganzen Tag versauen. Ich hab da eine Sperre. Und die Wut darüber, daß so'n abgefuckter Kacker mich mittels seiner Wichserein blockiert, schafft in mir Aggressionen auf den Macker. Ich tick nicht, was das Arschloch motiviert. Ich tick es echt nicht. Und wills echt nicht wissen: Ich find Sonette unheimlich beschissen. |
Sonetos, para mim, são,
tipo, caguei, tão rijos, apertados,
tem algo ruim, e me deixa até doente
quando eu sei que se escrevam
sonetos, que, enfim, hoje ainda se componha
essa merda. Só o fato de saber
que um cara o faz, honestamente, o dia inteiro me azeda. É um troço que me trava,
e tem mais: a raiva que me dá,
que um cagão fodido, me deixe, com essa punhetagem, bloqueado me incita à agressão contra o indivíduo. Não entendo o que motiva o arrombado. Realmente, não sei, nem quero ter ideia. Sonetos me dão é uma incrível diarreia. |
FONTE: Lyrikline.org, na página, há uma versão em áudio do poema lido pelo autor.
NOTAS:
Robert Gernhardt |
Berlim, mais tarde também língua e literatura alemã na FU Berlim. A partir de, 1964 viveu em Frankfurt am Main como escritor freelance, pintor, desenhista, caricaturista e crítico. Em 1965, casou-se com o pintor Almut Ullrich, que morreu em 1989. Em 1990, Gernhardt celebrou um segundo casamento com Almut Gehebe.
Gernhardt foi editor da revista satírica "Pardon" e co-fundador da coluna "Welt im Spiegel", que teve uma influência considerável na literatura humorística recente na Alemanha. Em 1979, junto com Eckhard Henscheid, F.W. Bernstein, F.K. Waechter e outros, ele fundou a "Neue Frankfurter Schule", cujo órgão de publicação tornou-se a lendária revista satírica "Titanic".
Nos anos 80, Gernhardt foi co-autor de vários espetáculos do comediante Otto Waalkes junto com Bernd Eilert e Peter Knorr. Ele também publicou livros "Otto" e esteve envolvido no roteiro de quatro filmes "Otto".
Foi somente no final - no decorrer dos anos 90 - que Gernhardt foi cada vez mais reconhecido pelos críticos como um importante letrista. Ao morrer, ele foi considerado um dos mais importantes poetas contemporâneos da língua alemã. Seu trabalho havia se desenvolvido a partir dos versos sem sentido e formas predominantemente humorísticas dos anos 60 e 70 para uma poesia lírica versátil, que Gernhardt constantemente expandiu com novos tons até o final.
Gernhardt sucumbiu a uma prolongada doença de câncer de cólon em 30 de junho de 2006 em Frankfurt am Main. Antes de sua morte, porém, ele foi capaz de completar seu último volume de poesia, "Später Spagat", e prepará-lo para a impressão.
(Fonte: Lyrikline.org, trad. Robert de Brose)